Luiz Ruffato
Último capítulo – 68 – Cardápio
“{- Mulher... ô mulher...
- Ahn?
- Você ouviu?
- Ahn?
- Ouviu?
- O quê?
- Shshshiuuu...
- Ahn?
- Ouviu?
(Pausa)
- Parece... parece que tem alguém gemendo...
-É...
- Santo Deus!
- Shshshiuuu.. Fala baixo!
- Não vamos ajudar?
- Ficou doida?
- Mas... tá aqui... bem na porta...
- Fica quieta!
- Ai, meu Deus!
(Pausa)
- Deve ter sido facada... pelo jeito...
- E a gente não vai fazer nada?
- Fazer? Fazer o quê, mulher? Fica quieta... E se tem alguém lá fora? de tocaia?
(Pausa)
- Parou...
- O quê?
- Parece que parou...
- O quê?
- A gemeção...
(Pausa)
- É... Parou mesmo... Vamos lá agora?
- Não!
- Por quê?
- Porque... porque ainda pode ter alguem lá... E aí? Melhor dormir... Vai... vira pro canto... vira pro canto e dorme... Amanhã... amanhã a gente vê... Amanhã a gente fica sabendo... Dorme... vai...}” (Ruffato, 147-148).
Esse último passagem e capítulo têm uma mensagem central do texto. Esse conto é muito pessimista e mostra a fragmentação da sociedade. Não é coisa nacional porque nem todos participam. Todo o mundo tem seu próprio canto e não pode mudar daquele canto. Não existe mais caridade é só se preocupe com você mesmo e mais nada. Olhe para o bem-estar de si mesmo para não se desenvolver na vida dos outros. Pois no conto explica que tem alguém no outro lado da porta, mas eles não o ajudem. Eles não querem fazer o risco de se morrer também porque parece que a pessoa foi facada e estava morrendo. Mas, em vez de ver e se desenvolver para talvez salvar a pessoa eles acharem era melhor fazer nada e salvar si mesmos. Que orgulho isso mostra e a desconexão aos outros. Mas ainda vemos isso hoje. Por exemplo, quando alguém está caminhando e seus livros caiam na terra, pode ver que quase ninguém ajuda ou ofereça. É raro ver alguém oferecer ajuda então essa fragmentação ainda existe hoje no mundo.
Como nós vamos responder? Devemos pelo menos oferecer ajuda. Talvez nesse conto a pessoa nem fosse facada e só está precisando alguém ajudar ou se eles apareceram talvez eles pudessem para a situação. Nós não devemos fazer nada, é melhor oferecer e talvez ajudar do que deixar algo mal acontecer. Não vai machucar ninguém a se oferecer ajuda. Devemos conectar com os outros e sair de nosso (comfort zone) algumas vezes para que o mundo seja melhor. Vamos agir agora!